sábado, 22 de fevereiro de 2020

Panteão da Memória


“os boçais continuam capazes de tudo para evitar
encontrar seus próprios demônios”
(Contardo Calligaris)

Respeito as leis...
A lei do Cão...
Da Natureza...
Do coração...
Do legalista burguês...

Justiça humana não é justiça
Como o amor é de outro plano
Este termo: “justiça humana”
é um sofisma...
A toga brunida
A oratória polida
É só um falar distorcido
É o reforçar de um cinismo
Agonizar puritano
Com nada disto me iludo...

Não espero pela Força Nacional
Há muita segurança de fachada...
Muitos corpos jogados em jaulas
Muitas vidas desperdiçadas...
Quem teme a perda do corpo: este em muito é pobre
Quem teme a perda da alma, este é o verdadeiro nobre...
E em tudo é sábio...

Não sabem o que fazer com a subversão
Nem sabem o que são quando se olham no espelho...
Oscar Wilde, Flaubert, Graciliano ou Goulart...
Tantos outros gênios, de vários domínios...
Morreram de desgosto
Deixaram pedaços da alma pelo caminho...

Tantos escritores, tantas almas inquietas...
A mediocridade tem um fado:  
Um sonho ruim que procura esquecer...
E que a alma esquece da procura
E da porra toda que não valeu o verso...



Muitos gênios foram perseguidos...
Traídos...
Fodidos...
Nós lemos...
Seus corpos humanos jazidos...
Sabemos...
Nos vimos...
E vemos...
Sempre esculpidos
Seremos...
Nesta história sem glória...
Apesar da escória...
No panteão da Memória!



- Prof. Me. Danillo Macedo - 



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