Balbucios?
Não te tornarão mais bela
Silêncio?
Estros enclausurados
Frêmitos oníricos
Resignadas mãos
Fétida bateia
Desejos míticos
Joelhos dilacerados
O choro de uma deusa
O sorriso de Macabéa
Um ódio imaturo
Uma escuridão singela
E estas promissoras elucubrações?
Estas que me dão esperança de
ter-te ao meu lado?
Germinam do ocaso
São canções que me devoram
Desejos?
Não tornam as estradas mais curtas
Anseios?
Arremessam o horizonte para além
da dor
Encontros?
Intumescem
a cegueira da porfia
Devaneios?
Êxtases
de almas doentes por alforria
Teu
mundo?
Mesmo às
ruínas, é resiliente o amor
Meus
olhos?
Presos e
consumidos por tua imagem
Fogo que
deflagra, gelo que acastela
Balbucios?
Não te tornarão mais bela...
Danillo Macedo
