Mais uma participação minha no dia da poesia: esta, publicada no dia 01 de outubro de 2020:
https://www.youtube.com/watch?v=5AMJsoAnrHk
"Todo ser que se
acha elitizado é também emburrecido; agoniza, rezingueiro, no lodo de
mediocridade da sua própria arrogância; sua modéstia é seu orgulho lambendo as
feridas da sua impotência; as falsas promessas: pérfidas ciladas; é um covarde
que projeta nos outros suas próprias debilidades, pelas quais sente pavor de
que outros o reprovem, e não mais se curvem ao seus brasões, seus títulos, seus
certificados, dele, do falso elitizado e falso condecorado; "é um títere
degenerado"; perde-se no emaranhado de suas desordenadas palavras e,
quando finalmente se recompõe sobre sua carcaça social vazia, apoia-se nos
devaneios que criou de si mesmo e arrasta o peso de seu corpo abjeto até seu
consultório, ao seu trono (auto) reivindicado, até o caixa do supermercado, até
a mesa do legista, até a sala de aula, até o escritório da delegacia, até o
almoxarifado de uma revistaria, até o pátio das viaturas, até a escrivaninha,
até o balcão, até o esgoto, até o metano polvilhar no chão... até o hospital,
até a igreja episcopal, até o portuário roto, até às embarcações atracadas de
um rio... até chegar em casa, se dopar dos remédios que prescreve (ou que lhe
prescreveram...) e, finalmente, adormecer sobre seu vômito frio".
Prof. Dr. Danillo Macedo