Prédios do céu virado ao contrário, gotas petrificadas
Gotas mortas
Cães dividem com moribundos a última refeição do dia
Na noite fria, os poros dos colossos brilham
Enquanto rangem de frio as almas predestinadas ao flagelo
Ruas...
Deitados sobre elas os peixes idos
Dos rios estagnados
Que levam para o além-túmulo as almas exauridas
E espalham, sobre o Estige de concreto, ostras vazias
No Sambaqui das carcaças decaídas
Degeneradas aos olhos pulcros
Que se escondem atrás das redomas
Enquanto pelas ruas
Adormecem os peraltas e os cachorros
Em meio a flores desbotadas
Flanam insaciáveis helmintos
Nas lápides dos vivos
Manchadas por plectros decompostos
Que fedem ao miasma dos esgotos merencórios
Feridas abertas, os rios cadavéricos
Sim, ali moram homens e fantasmas
Como o silêncio que habita cidades
Como o tumulto que embala desertos
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